Música: O Bêbado e a Equilibrista
Autores: João Bosco & Aldir Blanc
Caía a tarde feito um viaduto
e um bêbado trajando luto
me lembrou Carlitos.
A lua,tal qual a dona do bordel,
pedia a cada estrela fria
um brilho de aluguel.
E nuvens,
lá no mata-borrão do céu,
chupavam manchas torturadas-
que sufoco!
Louco,
o bêbado com chapéu-côco
fazia irreverências mil
pra noite do Brasil, meu Brasil
que sonhava com a volta do irmão do Henfil,
com tanta gente que partiu
num rabo-de-foguete.
Chora a nossa pátria, mãe gentil,
Choram Marias e Clarisses
no solo do Brasil.
Mas sei que uma dor assim pungente
não há de ser inutilmente,
a esperança, dança
na corda-bamba de sombrinha
em cada passo dessa linha
pode se machucar.
Azar! A esperança equilibrista
sabe que o show de todo artista
tem que continuar.
Não é perfeito? Também acho.
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